“Família Upshaw” – 5° Temporada – Crítica

_{Mais engraçada, mais extrovertida, porém ainda muito curta. O sitcom mais divertido do momento retorna para sua nova temporada com as piadas de sempre, mais confusões e deixa um gostinho de quero mais.}

Os sitcoms estão cada vez mais raros na TV e nos streamings, muitos telespectadores acabam recorrendo a séries antigas dos anos 90 ou começo dos anos 2000 para preencher esse vazio. Entre estas raras exceções de exemplares atuais, “Família Upshaw” (The Upshaws, 2021-presente) da Netflix é uma das que mantém firme e forte chegando a sua quinta temporada e ainda com gás para mais.

Depois de uma quarta temporada mais leve, após uma terceira temporada bastante dramática, parece que o seriado encontrou um bom equilíbrio da sua fórmula se tornando mais escapista focando na comédia pastelão. Esta quinta temporada que estreou com a sensação de resgatar o estilo que fez sucesso na primeira temporada, tratando de temas mais corriqueiros e usando isso como manobra para oferecer mais momentos engraçados.

A verdade é que “Família Upshaw” chega em um momento de conforto, é assim que o episódio inicial “Hail Mary” (5×01) traz a volta de Bennie (Mike Epps), Regina (Kim Fields) e Lucretia (Wandas Sykes), além dos filhos Bernard (Jermelle Simon), Aaliyah (Khali Spraggins), Kelvin (Diamond Lyons) e a crescida Maya (Journey Christine), para novas confusões em família numa comédia que sabe se divertir consigo mesma.

O primeiro episódio lida com os arcos em abertos da temporada anterior, com Lucretia falida tendo que decidir se vende a oficina ou seu apartamento para pagar suas dívidas. Vemos também as consequências de Aaliyah bater o carro na parede da academia de seu irmão mais velho Bernard, que também precisa lidar com a pressão de arrumar os estragos e assim abrir o lugar.

Talvez a melhor forma que a comédia encontrou neste novo para trazer um algum tipo de frescor, foi aumentar a participação de personagens novos para dar mais fôlego as histórias da família. No episódio “Electric Feels” (5×02) que traz um novo desafio para Bennie na oficina com o aumento de conserto de carros elétricos, desta forma somos introduzidos a personagem Sofia (Rosanny Zayas) que acaba se tornando mecânica na oficina.

Outro personagem novo que aparece é Tristan (Paul-Mikél Williams), primeiro namorado de Aaliyah, que serve agitar a vida de Bennie e Regina, trazendo lembranças de quando se conheceram, como podemos testemunhar no engraçado episódio “Background Chekered” (5×03), episódio este que traz um monólogo engraçadíssimo e importante de Lucretia sobre a valorização do mês da História Preta, bastante celebrado nos EUA.

É com esta leveza que “Família Upshaw” consegue levar os episódios num total de seis, trazendo assuntos ainda mais familiares, mas tudo bem dosado de uma forma engraçada e irreverente, principalmente com Mike Epps e Wanda Sykes tirando sarro um do outro em entrechos simplesmente maravilhosos. É claro que a série não tenta inovar e nem ser mais do que pode entregar, sendo seu maior mérito para conquistar o público.

É assim também que a reta final da temporada parece passar rápido, episódios como “Girl Trouble” (5×04) e “Ain’t Broke” (5×05) traz movimentações com o relacionamento de Aaliyah e o retorno de alguém do passado de Lucretia para agitar sua vida de uma forma inesperada, levando inclusive uma exploração bem vinda deste novo momento da personagem.

Talvez o único problema evidente do seriado seja suas temporadas curtas, a última também teve seis episódios, desta forma alguns os episódios finais acabam soando apressados em alguns momentos e pouco desenvolvidos, principalmente quando a resolução da questão de Bernard na academia, o retorno de Tasha a vida de Bennie e Regina, além de um casamento inesperado que pavimentam o último e ótimo episódio “Do I?” (5×06) da temporada.

Ainda assim, de uma forma geral, “Família Upshaw” continua entregando aquilo que esperamos de uma comédia, com momentos engraçados e confusões em profusão, tudo isto apoiado por um elenco cada vez mais em sintonia, fazendo até mais do que o roteiro pede. Nem tudo na série é perfeito, as vezes algumas piadas acabam não fluindo bem, mas na maior parte do tempo o sitcom entrega um bom entretenimento que nos faz se apegar ainda mais a esta família disfuncional, tanto que quando terminamos, fica um gostinho de quero mais mostrando que tudo que é bom, dura pouco.

Gostou? Veja o trailer da temporada abaixo e comente se já assistiu ao novo ano.