“Família Upshaw” – 2° Temporada – Crítica

A segunda temporada da “Família Upshaw”, retorna mais afiada, mais engraçada, porém precisando resolver melhor seus arcos para não soar repetitiva.

Fonte: Netflix

Depois de mais de um ano de hiatos, finalmente uma das comédias mais legais da Netflix fez sua estreia no dia 29 de junho deste ano, na sua segunda temporada com um total de oito episódios, “Família Upshaw” retorna depois de um gancho inesperado e tentando se consolidar como um dos melhores sitcoms do catálogo da locadora vermelha. Será que conseguiu?

A segunda temporada começa exatamente onde a primeira temporada terminou, com Regina (Kim Fields) abrindo a porta de sua casa e dando de cara com Sydney (Ayaamii Sledge), uma garotinha que potencialmente poderia ser filha de Bennie (Mike Epps) que já tem o histórico de ter tido um filho fora do casamento. É claro que no episódio “Maybe Daddy” (2×01) temos um falso gancho e Bernard Jr (Jermelle Simon) é na verdade o pai da pequena, fruto de uma relação antiga antes dele se assumir gay.

O legal dessa primeira parte da segunda temporada é que vemos uma série que tenta manter todos os aspectos cômicos que deram certo na temporada anterior e ainda ampliar a dinâmica da família trazendo confusões em profusão nos episódios “Bennie’s Woman” (2×02) e “Testing, Testing” (2×03), onde temos Lucretia (Wanda Sykes) ganhando ainda mais espaço e nos fazendo rir como sempre.

Fonte: Netflix

Uma coisa que ficou bacana aqui é que a narrativa depois de focar no relacionamento de Regina e Bennie na última temporada, remenda o relacionamento dos dois e passa panos quentes para começar a focar no relacionamento entre irmãs com Regina e Lucretia entrando em constante conflito que estoura de vez na festa da pequena Maya (Journey Christine) no episódio “Control Issues” (2×04) onde a segunda tenta roubar a cena enquanto a primeira tenta gastar pouco e ainda dar uma festa decente para sua caçula.

É fato que “Família Upshaw” as vezes não consegue aprofundar em determinados assuntos, assim como deixa a desejar sua trama quando cria vários subplots e a maioria deles ficam no ar para serem resolvidos depois, mas sem dica de quando isso vai acontecer, o que pode levar a trama a ficar um pouco estancada sem evoluir. A série as vezes também se torna repetitiva quando retorna como os conflitos de sempre entre Lucretia e Bennie, por exemplo, que apesar de ser engraçado, não mostra muito evolução, além dos insultos corriqueiros que ao menos geram boas risadas.

Quando a série passa a acreditar que seus personagens podem render mais, ótimos episódios como “Duct Up” (2×05) e “Sista, Sista” (2×07) que são engraçados e dramáticos na medida, proporcionando ótimos momentos, principalmente para atrizes Kim Fields e Wanda Sykes, que se mostram muito bem nesta temporada inclusive, com atuações que deixam suas personagens ainda mais ricas em menos unidimensionais.

Fonte: Netflix

É claro que a série ainda se apoia muito na sua veia cômica e nas suas tiradas inteligentes, que as vezes podem ser um pouco estranha para o público fora dos EUA, mas com certeza tem muito do estilo norte americano de fazer humor, principalmente com ar mais do guetto e mais focado no público negro de lá, mas nada que não consigamos absorver com tempo e se acostumar, como fica claro no engraçado “New Growth” (2×06) que traz um desfecho bastante esperado para as personagens Regina e Tasha (Gabrielle Dennis), que finalmente tem a oportunidade de falar sobre o fato da segunda ter tido um filho com o marido da ex-amiga e como isso impactou a vida das duas, em um dos melhores momentos da temporada.

Como citei anteriormente, a série criou diversos conflitos, sendo as brigas de Regina e Lucretia parte central da temporada, porém vários ficaram no ar no último episódio desta primeira parte. Em “Goin’ In” (2×08) a série ensaia uma reviravolta interessante no final, deixando um gostinho de quero mais (a série foi renovada para terceira temporada), mas os arcos praticamente não têm uma resolução, deixando muitas narrativas em aberto dando a sensação de que a série poderia ter sido mais redonda, ainda que isso deixe um pouco de frustração, isto cria boas expectativas do que está por vir.

No geral “Família Shaw” retorna trazendo seu melhor e entregando aquilo que um sitcom tem de melhor. Ainda que a série ainda não seja um primor no desenvolvimento narrativo, é impossível não se apegar aos personagens e se envolver nos conflitos que ocorrem durante os episódios. O humor continua ainda melhor e a série é um passatempo imperdível, que resgata a antiga essência dos sitcons dos anos 90 e nesta segunda temporada o seriado cria uma identidade mais própria cravando seu espaço entre as boas comédias feitas para família com um foco no público negro, mas que no final das contas se torna universal e divertida para todos que curtem o estilo.  

Gostou? Veja o trailer abaixo e comente se já assistiu esta segunda temporada.

Observação: A segunda parte da temporada virou agora a terceira temporada, mas deve chegar no primeiro semestre de 2023 na Netflix.

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