Dinossauros continentais! A segunda temporada de “Teoria do Caos” retorna após um curto hiato com mais mistério, uma aventura no Senegal e revelações que deixaram os fãs salivando por mais.
Spoilers Moderados Abaixo

Quando a primeira temporada de “Jurassic World: Teoria do Caos” (Jurassic World: Chaos Theory, 2024-Presente) meses atrás, minha a única pergunta após terminar de assistir, era quando a segunda temporada iria estrear ano que vem. Porém num piscar de olhos e para surpresa geral, a série voltou no dia 17 de outubro, quase cinco meses depois do retorno da fase adulta do nossos “Seis de Nublar”.
A animação criada Scott Kreamer e Zack Stentz, chega a sua segunda temporada mantendo a tensão estabelecida na última temporada, com Darius Bowman (Paul-Mikél Williams), Ben Pincus (Sean Giambrone), Yasmina Fadoula (Kausar Mohammed), Sammy Gutierrez (Raini Rodriguez) e Kenji Kon (Darren Barnet) partindo numa jornada para deter a organização criminosa e resgatar o ovo roubado da Bolota, após os eventos de porto de Louisiana nos EUA.
A série ainda lida com a revelação de que Brooklynnn (Kiersten Kelly) está viva e escondendo dos amigos seu paradeiro, como vimos no gancho deixado anteriormente. E esta segunda parte, começa exatamente onde parou. O episódio “Fechem as comportas” (2×01) segue com o grupo escondido no navio que rumo a um destino misterioso, posteriormente se revelando uma narrativa cheia de boas revelações, mistérios, ação com dinos e Darius e a turma salvando dia após serem descobertos pelo capitão da embarcação.

O fato é que “Jurassic World: Teoria do Caos” inicia mesmo seu arco, no segundo episódio “Os Cinco Esquecidos” (2×02), com a turma desembarcando em um lugar misterioso após o bote que usaram para escapar aporta numa região desconhecida, que revela ser um país da África, Senegal.
A narrativa então ganha ares aventurescos e começa a trabalhar seus dois grandes arcos narrativos, o primeiro segue Darius, Kenji, Ben, Yasmina e Sammy conhecendo a família Mballo, que convive com os dinossauros de forma pacifica, enquanto tentam descobrir onde a carga do navio que vieram foi parar, no misterioso rio acima. A outra linha narrativa se volta para Brooklynnn, seguindo um caminho mais perigoso, enquanto descobrimos o que realmente aconteceu com a personagem desde a noite que supostamente morreu no excelente episódio “C13v3rGr186” (2×03).
Sem entrar em muitos detalhes, a animação sabe trabalhar muito bem mistério e segurar nossa atenção, revelando o quebra cabeça aos poucos, montando linhas temporais bem organizadas que vão encaixando no presente, à medida que os dois arcos vão sendo desenvolvidos, como podemos ver nos episódios “Se ajustando” (2×04) e “Águas turbulentas” (2×05), com Brooklynnn chegando mais perto de saber quem é o misterioso vilão de condinome “O Corretor”, enquanto a turma passa por grandes perigos na selva africana.

Talvez o maior destaque da temporada, seja a forma como os roteiristas conseguem valorizar o “Jurassic World”, melhor que o filmes. Se na primeira temporada eu mencionei que os dinossauros faziam agora parte integral da sociedade humana, nesta temporada temos a consolidação disto vendo a jovem Zayna MBallo (Anaya Asomugha) e sua mãe convivendo bem com os animais da forma mais harmoniosa possível.
Isto é um choque para o jovem Darius, que precisa tudo que sabe sobre dinossauros, ao mesmo tempo que tenta entender como os mesmos chegaram ao continente africano tão rápido. Esta teia de mistério é força motriz de uma temporada que intercalar momentos de ação e aventura com a turma passando por maus bocados, sendo encurralados e caçados por dinossauros soltos na natureza, tendo também que lidar com animais selvagens africanos que dividem o mesmo habitat, criando um ambiente ainda mais hostil para civis.
Esta transformação serve como ponte para “Jurassic World: Teoria do Caos” chegar no ponto que vemos em “Jurassic World: Domínio”, porém a animação é mais cautelosa, tomando tempo para criar conflitos entre os seis de Nublar, quando Ben descobre que Brooklynnn está viva e precisa guardar segredo temendo pela vida dos seus amigos, criando um dilema que permanece por boa parte temporada.

Se na primeira metade da história, vemos algo mais desfragmentado com peças sendo usadas com ganchos entre episódios (sim, é impossível parar de assistir), a segunda metade com o grupo partindo para chegar na instalação misteriosa no meio floresta senegalesa acompanhados da pequena Zayna, que na ausência de Brooklynnn, completa o sexteto de uma forma bastante produtiva, inclusive trazendo conhecimento sobre a região (bela cartada por sinal) e sobre os animais, como podemos ver no eletrizante episódio “Rio Acima” (2×06).
O legal de “Teoria do Caos” é a forma como o desenho não poupa seus protagonistas dos maiores perigos possíveis, entregando episódios espetaculares, como “A noite inteira” (2×07), que nada mais é que um thriller de 25-30 minutos de pura tensão do início ao fim com sequências de tirar o fôlego, colocando personagens como Yasmina em situações arriscadas que a colocam entre a vida e a morte.
É claro que o risco de ficar repetitivo permanece na trama, porém tudo é tão bem dosado que ainda não chega a incomodar, afinal não é a primeira vez que estes personagens passam por apuros semelhantes, mas são cenas tão bem feitas, que fica difícil não se empolgar. O desenho também traz consequências psicológicas para seus personagens, enquanto lidamos com o luto de Kenji (tanto da namorada, quanto do pai), que se transforma em uma pessoa impulsiva e inconsequente, preocupando seus amigos, temos também a faceta de Brooklynnn se tornando uma pessoa deficiente física, lidando com a perda de parte do braço e com as dificuldades de sua nova realidade, tratada aqui de uma forma bastante efetiva, respeitosa e cautelosa.

É através deste aspecto, que “Jurassic World: Teoria do Caos” continua entregando uma produção caprichada, com traços que só ficam melhores num visual lindo que fica ainda mais notável com as paisagens africanas. A série não para por aí, com um texto que não só tem maturidade e cresce à medida que seus personagens crescem, trazendo a narrativa para um lado ainda mais sombrio.
Os três últimos episódios são uma aula de contar uma boa história, com “Parceiros de laboratório – Parte 1 e 2” (2×08 e 2×09) sendo peças de uma trama quando chegamos no misterioso laboratório no coração do Senegal, se passando por dois pontos de vista, primeiro de Darius e sua trupe, logo depois pelo ponto de vista de Brooklynnn, encaixando todo o quebra cabeça montado na temporada de uma forma monumental, com um trabalho edição muito bem feito.
De uma forma geral, “Jurassic World: Teoria do Caos” mostra um controle narrativo excelente, ao saber ser episódico em momentos iniciais, para depois acelerar sua narrativa de forma serializada criando uma aventura cada vez mais globalizada, com dinossauros sendo foco da narrativa e colocando a clonagem no centro da trama trazendo um futuro sombrio para um mundo em plena transformação. Ao mesmo tempo a história não esquece de desenvolver seus personagens (ainda achei a Sammy desperdiçada aqui), criando conflitos, fazendo os protagonistas tomaram decisões em benefício próprio ou para proteger os próprios amigos.

É desta forma que “Teoria do Caos” apresenta sua melhor temporada até então, sabendo entreter do início ao fim entregando uma história que só fica melhor, trazendo inclusive um personagem conhecido dos filmes que vai fazer uma ponte direta com futuro deste universo, que enriquece a cada nova temporada. O gancho deixado no final de temporada “Reunião” (2×10) traz pela primeira vez, incertezas, com uma decisão de um dos personagens que poderá mudar a dinâmica do grupo de uma vez por todas. A pergunta que fica, ao terminar os dez episódios, é quando irá estrear a terceira temporada? Que a Universal, DreamWorks e Netflix renovem logo.
Leia o texto da primeira temporada de “Jurassic World: Teoria do Caos” aqui.
Leia os textos de “Jurassic World: Acampamento Jurássico” abaixo:
Primeira a terceira temporadas, leia aqui.
Quarta temporada, leia aqui.
Quinta temporada, leia aqui.

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2 comentários sobre ““Jurassic World: Teoria do Caos” – 2° Temporada – Crítica”