“Rebel Moon – Parte 2: Maldição de Perdão (Versão do Diretor)

Mantendo os bons aspectos do original. A versão do diretor da parte 2 de “Rebel Moon” tem cenas extras, poucas mudanças, mas ganha um tom mais dramático ao aumentar o escopo da ação no insano terceiro ato.

Fonte: Netflix

As sequências quando bem feitas deixam boa impressão e normalmente ajudam a catapultar hype. Apesar de não ter sido bem recebida pela crítica especializada, “Rebel Moon – Parte 2: Marcadora de Cicatrizes” deixou uma boa impressão entre os fãs, principalmente por ser um sci-fi de guerra com um terceiro ato que coloca seus heróis no meio da ação no embate entre as tropas do Imperium do Mundo-Mãe com os guerreiros rebeldes e liderados por Kora (Sofia Boutella).

A versão do diretor que vem com o nome de “Rebel Moon – Parte 2: Maldição de Perdão” (Rebel Moon: Curse of Forgiveness – Director’s Cut, 2024), funciona realmente como uma versão estendida do filme original, enquanto a parte 1 que parece mais completa e coerente depois do corte do diretor, esta versão da segunda parte apenas enriquece o que já foi concebido, com algumas mudanças pontuais que fazem a versão melhorar ainda mais em momentos chaves.

O interessante é que ambas perderam a narração em off do robô Jimmy (voz de Anthony Hopkins) e ganharam prólogos interessantes que ajudam a entender a ameaça do Mundo-Mãe e neste caso da parte 2, a mitologia estabelecida pelo Snyder. A sequência da entidade Kalies, que alimenta o encouraçado servindo também para recuperar o corpo do Almirante Noble (Ed Skrein), mostra de onde as forças militares de Balisarius (Fra Fee) tiram sua fonte tecnológica.

Fonte: Netflix

São esses detalhes que deixam “Maldição de Perdão” uma obra mais imersiva, Zack Snyder (Army of the Dead: Invasão em Las Vegas) mais uma vez mostra a vontade de aprofundar mais seus personagens e desta vez o grande destaque vai para Sofia Boutella (A Múmia), que não só tem uma melhor aprofundamento de sua heroína, como tem outros flashbacks mostrando sua relação com Balisarius, ao menos tempo que a parte política ganha espaço na narrativa e na forma como seu pai adotivo usa sua influência política para derrubar o rei e toda a família real no processo para assumir o poder.

O restante da narrativa segue bastante a preparação para eminente batalha na primeira metade, que com cenas extras, fica um pouco mais cadenciada e as vezes monótona demais. Existe uma inserção de arco paralelos para deixar a trama movimentada, além de uma noção maior da influência de Jimmy na ajuda aos rebeldes, bem como um mini arco com criaturas que servem como espiões para as forças do Imperium para vigiar a Vila, que não tinha na versão original, mas aqui mostra como as forças de Noble tinham certas informações.

É fato que os ajustes e uma edição mais precisa em determinados momentos, deixam o filme muito melhor, porém fica claro também que isto é sentido de forma benéfica mais na segunda metade do que na primeira, que soa como encheção de linguiça em determinadas sequências, mas que ganham força quando a construção de alguns arcos afloram no terceiro ato que nada mais é do que uma grande sequência de ação ininterrupta quando abraça o tom de guerra.

Fonte: Netflix

As influências de outros filmes em “Maldição de Perdão” ficam mais nítidas nesta versão estendida, que ganha mais força ao se beneficiar da violência gráfica com sequências mais sujas com personagens como Milius (Elise Duffy), Tarak (Staz Nair) e General Titus (Djimon Hounsou) que se beneficiam da censura mais alta para ganharem mais destaque, inclusive a cena do Noble descendendo nas trincheiras para fazer um massacre é ainda mais sangrenta e impiedosa nos fazendo odiar ainda mais o personagem.

Outros destaques da guerra campal, mostra que Snyder ajustou melhor a forma como estas sequências são apresentadas, como Jimmy aparecendo num momento chave para ajudar os rebeldes, desta vez, um pouco depois de Milius e Tarak ficarem encurralados, deixando a sequência ainda melhor de assistir. O mesmo acontece com Kora e Gunnar (Michiel Huisman) quando infiltram no encouraçado do Noble, que nesta versão causam um estrago maior dentro da nave.

Inclusive, toda esta sequência dá a Sofia Boutella uma oportunidade de se reafirmar como protagonista, a personagem está ainda melhor mostrando um esforço físico impressionante, seja lutando com arma, seja lutando corpo-a-corpo, seja lutando com um sabre aquecido. Aliás, todas essas pequenas mudanças no escopo da ação, deixa o filme mais coerente e empolgante de assistir, inclusive a aparição da resistência liderada por Devra Bloodaxe (Cleopatra Coleman) funciona muito melhor ao aparecer mais prá frente na batalha.

Fonte: Netflix

Desta forma, não há dúvidas que “Rebel Moon – Parte 2: Maldição de Perdão” é uma versão do diretor bem vinda, que melhora a versão original e inclusive introduz um epílogo que perde na urgência em relação a “Marcadora de Cicatrizes”, mas ao menos ganha na forma como propõe o futuro da franquia ao mostrar para onde a história irá, tanto do lado da resistência, quanto do lado do Imperium. No final das contas, esta versão do diretor é uma forma da fã base do Snyder conhecer todo potencial da sua obra, alguns vão continuar torcendo o nariz, mas não há dúvidas, que para quem gostou minimamente desses dois filmes, existe aqui a possibilidade de um futuro bastante promissor, mas agora quem sabe sem mil versões da mesma obra, apenas com uma versão definitiva.  

Leia outros textos sobre Rebel Moon:

– Leia a crítica de Rebel Moon: Parte 1 – A Menina do Fogo aqui.

– Leia a crítica de Rebel Moon: Parte 2 – A Marcadora de Cicatrizes aqui.

– Leia a crítica de Rebel Moon: Parte 1 – Cálice de Sangue (Versão do diretor) aqui.

Elo Preto

Personagem: Devra Bloodaxe
Atriz: Cleopatra Coleman
Idade: 36 anos

O destaque para coluna de hoje vai para jovem atriz Cleopatra Coleman no papel de Devra Bloodaxe, sua personagem que cresce muito na HQ “A Casa dos Bloodaxes” lançado em quatro volumes, ganha um papel fundamental no terceiro ato de “Rebel Moon: A Marcadora de Cicatrizes”, apesar da líder dos rebeldes espaciais ter pouco tempo de tela, fica claro que seu papel tem tudo para crescer no futuro da saga. Coleman é conhecida pelo longa de ficção cientifica “Sombra Lunar” de 2019, assim como o recente terror “Piscina Infinita”. A promissora atriz será vista em breve na minissérie “Clipped”.

Gostou? Veja o trailer e diga nos comentários o que achou da obra se já assistiu.

2 comentários sobre ““Rebel Moon – Parte 2: Maldição de Perdão (Versão do Diretor)

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