“Jurassic World: Teoria do Caos” – 1° Temporada – Crítica

Os bons filhos a casa tornam. Após o fim de “Acampamento Jurássico”, a Netflix retorna a parceria com a DreamWorks e a Universal para entregar a nova saga dos “Seis de Nublar” que resulta numa aventura madura, misteriosa e espetacular.

Fonte: Netflix e DreamWorks

A saudade bateu, mas ela nem foi tão longa assim. Depois de cinco boas temporadas de “Jurassic World: Acampamento Jurássico” em julho de 2022, onde acabamos com um gancho do Darius (Paul-Mikél Williams) adulto olhando da janela de casa um dinossauro aparecendo, fechando um ciclo iniciado alguns meses antes quando ele, Kenji Kon (Darren Barnet), Sammy Gutierrez (Raini Rodriguez), Ben Pincus (Sean Giambrone), Brooklyn (Kiersten Kelly) e Yasmina Fadoula (Kausar Mohammed) foram deixados sozinhos na ilha cheia de dinossauros se tornando os famosos “Os Seis de Nublar”.

Após quase dois anos, o criador Zack Stentz (JW: Acampamento Jurássico) desenvolveu em conjunto com Scott Kreamer uma sequência direta dos eventos do acampamento se passando seis anos depois se localizando entre os acontecimentos de “Jurassic World: Reino Ameaçado” e “Jurassic World: Domínio”, ganhando o nome de “Jurassic World: Teoria do Caos” (Jurassic World: Chaos Theory, 2024), nome que faz referência a uma frase dita por Ian Malcolm (Jeff Goldblum) em “Jurassic Park”.

O episódio piloto desta continuação “Onda de Choque” (1×01) começa cheia de mistério e suspense onde um grupo de agentes tenta capturar um dinossauro no meio da mata, até a aparição de Darius para ajudar acalmar a situação. O garoto agora um adulto crescido, está numa busca a um Alossauro que foi responsável pela morte de Brooklyn, dando o tom mais adulto do desenho que acompanha a evolução de seus personagens.

Fonte: Netflix e DreamWorks

Com essa pegada mais sombria, temos um desenho com traços melhores desenhados, uma trilha marcante e um visual que continua a crescente melhorada já apresentada nas temporadas finais de “Acampamento Jurássico”. Talvez o grande trunfo desta narrativa, é saber seguir seu próprio caminho (apesar de algumas conexões e referências discretas), com episódios que são apenas peças de um quebra cabeça maior que vai se formando numa espécie de jornada de reencontro entre os protagonistas.

É desta forma que “Jurassic World: Teoria do Caos” nos conquista de imediato, através de uma conspiração que vai sendo desvendada por Darius e posteriormente Ben, agora o mais alto da turma, numa viagem pelos EUA a procura dos outros membros da trupe. É um novo e perigoso mundo, onde os dinossauros são as ameaças, mas também vítimas de uma humanidade que não sabe lidar com sua presença.

Os showrunners parecem entender isto, criando um thriller viciante de dez episódios que exploram bastante não só como os “Seis de Nublar” lidam com esta realidade, mas como os humanos comuns precisam conviver com animais que haviam sido extintos a milhares de anos. É neste ponto que episódios “Parada para Descanso” (1×02) e “Chegando no Rancho” (1×03) ajudam explorar estes problemas e traz maturidade ao universo “Jurassic World”.

Fonte: Netflix e DreamWorks

Ao contrário de “Jurassic World: Domínio” que tenta abraçar o mundo se apoiando em nostalgia resultando em algo aquém do esperado, a série “Jurassic World: Teoria do Caos” parece saber exatamente onde quer chegar, ainda que alguns pontos pareçam clichês e óbvios por trás do mistério, sendo o ponto fraco seja exatamente as evidências sobre a morte de Brooklyn, porém a busca ao menos consegue trazer urgência para uma narrativa que sempre está em movimento e sabe avançar suas tramas dando a sensação de que os episódios são curtos.

O seriado cresce quando as revelações começam a tomar conta do contexto, ainda que o retorno de Sammy, Yasmina e Kenji sejam ótimos momentos reforçando o belo laço que o grupo tem como fica claro no episódio “Irmãos” (1×04), as novas ameaças que aparecem perseguindo o grupo oferecem emoção a flor da pele com a introdução da misteriosa domadora de velociraptors, colocando três da espécie no encalço de Darius e companhia.

É assim que “Jurassic World: Teoria do Caos” se torna um produto jurássico indispensável, enquanto a primeira metade é um thriller de suspense e mistério, a segunda metade é ação e mistério de primeira como vemos nos ótimos episódios “Casa de Transição” (1×05) e “Queda Livre” (1×06), que possuem os dois dos melhores ganchos que você vai ver numa animação este ano.

Fonte: Netflix e DreamWorks

A série ainda não para, afinal no meio desse caldeirão de emoções, ainda temos muito desenvolvimento de personagens em meio a assuntos mais adultos como ansiedade e estresse pós traumático. Sobre elenco principal, Darius ainda é um garoto introvertido, mas se torna um líder nato e começa a despertar outros sentimentos também numa grata surpresa quando revelados. Sammy continua carismática, porém agora enfrentando seus próprios medos, enquanto tenta manter a relação com uma madura Yasmina, sem falar que ainda temos Ben como um jovem que adora teoria das conspirações e um Kenji que ainda sofre com problemas com pai, ganhando aqui talvez o arco mais dramático da temporada.

É claro que o seriado ainda possui alguns por menores, como a quase insistência em um conflito entre Darius e Kenji, que já havia acontecido na série anterior, mas ao menos aqui é breve e tem uma resolução mais madura. Outro ponto é que mesmo sendo um seriado para crianças de 10 anos, existe uma certa violência de dinossauros comendo humanos acima do normal, se sua criança é fácil de impressionar, melhor checar se vale a pena deixa-la assistir.

Tirando, isto, esta obra é um achado, daqueles que mostra que a parceria Netflix, Universal e DreamWorks rendeu uma animação cuidadosa que não subestima a inteligente do seu expectador. A série cresce em episódios como “Aquela Noite” (1×07) e “A entrega” (1×08), onde o mistério começa a ser revelado com respostas coerentes que amarram a temporada de uma forma bastante consistente.

Fonte: Netflix e DreamWorks

De uma forma geral, “Jurassic World: Teoria do Caos” é um produto de primeira e de longe uma das melhores coisas que você vai ver do universo “Jurassic Park” atualmente. Além de trazer de volta personagens que amamos, a todo momento somos lembrados porque apaixonamos pelos “Seis de Nublar” e seu grande elo de amizade, numa aventura alucinante que não para um segundo, resultando nos surpreendentes episódios “Entrando na neblina” (1×09) e no final da temporada “O fim do começo” (1×10) que mostram dinossauros em profusão (incluindo o retorno de uma carismática e adulta Bolota) em sequências alucinantes, boas surpresas e um começo promissor que deixa o gancho perfeito para coroar um excelente começo de temporada.  

Leia os textos de “Jurassic World: Acampamento Jurássico” abaixo:

Primeira a terceira temporadas, leia aqui.

Quarta temporada, leia aqui.

Quinta temporada, leia aqui.

Gostou? Veja o trailer da animação abaixo e comente o que achou da primeira temporada nos comentários.

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