“Um Chamado Natalino” – Crítica

Se apoiando em velho clichês numa casca moderna, este longa natalino dirigido por Tim Story resgata a aura do natal através de um Papai Noel Negro tentando fazer um descrente voltar a acreditar no natal. O resultado é uma aventura honesta e bonita.

Fonte: Disney Plus

O natal é uma das melhores épocas do ano, mesmo que você não esteja no clima, o período parece carregar uma aura mágica que te prende num clima de confraternização, fartura e caridade que torna tudo muito especial. Os filmes natalinos são sempre maravilhosos, se os clássicos carregam a acunha de resgatar o clima natalino todo ano neste período, as produções atuais, veja o caso da produção nacional “O Primeiro Natal do Mundo”, tentam sempre atualizar os clichês do natal de uma forma deixar tudo ainda mais positivo e atual.

É seguindo nesta linha que estou aqui para falar da comédia natalina do Disney Plus, “Um Chamado Natalino” (Dashing Through The Snow, 2023), que segue a linha de modernizar os filmes natalinos através da diversidade, contando a história de um assistente social de nome Eddie (Chris “Ludacris” Bridges), que parou de acreditar no natal depois de uma decepção com bom velhinho na infância, mas ao se deparar com Nick (Lil Rel Howery), um Papai Noel bem desastrado, sua vida está preste a mudar drasticamente.

A premissa não tem nada de novo, mas esta produção de Will Packer (Viagem das Garotas) com direção de Tim Story (The Blackening) traz uma visão preta de uma festa predominante branca. Veja bem, o Natal se tornou uma festa universal e narrativas como esta são necessárias para demonstrar que este período é feito para todos, independente da cor do bom velhinho, independente da origem da história, que inclusive já teve várias modificações ao longo da década, o importante é aproveitar o natal.

Fonte: Disney Plus

O roteiro escrito por Scott Rosenberg (Jumanji: Próxima Fase) descontrói todo o mito da festa ao mostrar Eddie vendo seu final de ano estragado por um Papai Noel de shopping que o engana e entra na sua casa para roubar, sendo pego pelo pai e mãe, que iriam se separar logo depois deste infortúnio, fazendo do pequeno ficar cético em relação a qualquer coisa ligada ao natal. A trama se passa mesmo anos depois, Eddie está enfrentando uma separação temporária com a esposa Alisson (Teyonah Parris), tendo que cuidar da filha Charlotte (Madison Skye Validum) durante a véspera do natal.

O encontro de pai e filha com um estranho que revela ser o Papai Noel, vai levar o trio a uma jornada pela cidade se metendo em várias confusões. O primeiro ato nos ganha pela curiosidade e como todo filme que fala sobre magia natalina, vai estabelecendo lições de boa conduta e benevolência de forma resgatar o espirito natalino do protagonista. O filme diverte quando não se leva a sério, mas se perde um pouco, quando o humor se torna repetitivo.

O lado mais positivo aqui é a forma como tudo é modernizado para dar uma atualizada neste tipo de trama, como o Papai Noel usando tablet e um controle remoto para chamar as renas, até mesmo usar um serviço terceirizado de doentes para entregar os presentes, ou receber ajuda de uma família latina apaixonada pelo natal que persegue o bom velhinho apenas para oferecer ajuda, são pequenas inserções espertas que faz o filme soar mais fresco e criativo, mantendo o interesse do expectador na história.

Fonte: Disney Plus

O elenco ajuda muito a trama não cair marasmo, mesmo que o segundo ato dê sinais de que a trama está perdendo força. Chris “Lucadcris” Bridges (Velozes e Furiosos 10) tem um jeito meio carrancudo, falta sorrir mais e relaxar no papel, mas não compromete. A Atriz Teyonah Parris (As Marvels) faz uma participação contida como esposa de Nick. Os grandes destaques mesmo vão para ótimo Lil Rel Howery (Corra!) e a pequena Madison Skye Validum (O Melhor. Natal. De Todos!), o primeiro com um timming de comédia na medida e um carisma suficiente para nos conquistar como um Papai Noel Negro cheio de coração, a segunda também vende carisma e parece se divertir em cena.

Em termos de produção, achei um filme bem cuidado no melhor estilo Disney na forma como produz seus longas para streaming. A trilha sonora é boa, os efeitos especiais são bons, bem como os figurinos, não dá prá exigir muito da direção, mas Tim Story faz um bom trabalho com uma execução competente, que fica melhor no terceiro ato, que é previsível, porém bastante divertido de assistir.

Por tudo que foi comentado, “Um Chamado Natalino” é um bom filme, talvez não seja marcante, mas é um bom passatempo para este período de natal. É fato que história modernizada são curiosas de assistir e importantes, ter Papai Noel Negro, crianças negras tendo uma figura fantástica representada, boas lições sobre amor ao próximo, união e acreditar no lúdico num período tão acolhedor, é tudo que se espera de produções assim, que entregam aquilo que prometem, além de um entretenimento honesto e encantador. Nós expectadores agradecemos.

Gostou? Veja o trailer abaixo e comente se já conferiu esta produção.

Um comentário sobre ““Um Chamado Natalino” – Crítica

Deixe um comentário