Escapista, inofensivo e um bom passatempo. Com clima de sessão da tarde, está modesta produção com temática de Halloween protagonizada por Marlon Wayans diverte mesmo sendo genérica.

A chegada de outubro nos EUA é bastante esperada pelos seus cidadãos por conta do Halloween, onde as crianças podem se fantasiar e pedir doces, onde os adultos podem se divertir com a temática que traz o gênero do suspense e terror ao foco. Este evento que é quase um ritual para os norte americano, virou também algo partilhado pelo resto do mundo, que também entra na onda fazendo deste um dos períodos mais celebrados do ano.
E seguindo esta tradição, sempre temos um acréscimo no interesse por filmes de terror e comédias com a temática. A Netflix tem feito sua parte, lançando alguns filmes no período para agradar seus usuários, desta vez temos o filme “A Maldição de Bridge Hollow” (The Curse of the Bridge Hollow, 2022), longa que conta a história da família Gordon, que se muda para cidade de Bridge Hollow fugindo da agitação da cidade grande e onde Howard (Marlon Wayans) tentará se reconectar com a filha adolescente Sydney (Priah Ferguson) a pedido da esposa Emily (Kelly Rowland), mas as coisas acabam ficando estranhas, quando os Gordon acabam sendo assombrado por espirito que faz as decorações da cidade ganharem.
O longa dirigido por Jeff Wadlow (Kick Ass 2) não traz grandes novidades para o gênero, aliás, a história parece uma grande mistura de “Goosebumps – Monstros e Arrepios” e “Halloweentown”, inclusive a semelhança com este último é ainda mais notável com uma lenda que faz parte da história da cidade e que só acontece no período do Halloween. À medida que a pequena Sydney vai investigando os mistérios da casa onde vive, mais sobre a tal maldição em torno de Jack Mesquinho fica mais claro e dá pontapé a trama.

O primeiro ato do filme não empolga muito, o roteiro traz o velho embate entre ciência e fantasia, colocando a figura de Howard como o cara que não acredita em coisas sobrenaturais ou místicas. A narrativa tenta alavancar mesmo quando a tal maldição toma forma conseguindo trazer um pouco de diversão para uma obra que não se preocupa muito em entregar algo memorável, mas algo escapista, que tem humor na medida para aqueles que buscam um lado mais leve do Halloween.
Em termos de produção, “A Maldição de Bridge Hollow” é bem modesta e os efeitos das fantasias e decorações ganhando vida são decentes, mas sem muito polimento, mostrando que a trama não deve ser levada tão a sério. O legal mesmo do filme é embarcar na aventura com Sydney e seus novos amigos tentando resolver o mistério e acabar com a maldição antes que o dia 31 acabe e Jack consiga cumprir sua promessa de um Halloween eterno.
O bacana aqui é a tentativa do roteiro de ao menos se manter atual, com piadas que vão desde The Walking Dead a tiração de sarro de personagens conhecidos, que você só irá reconhecer se estiver por dentro da cultura pop. Uma das coisas que vale a pena aqui é o protagonismo de Marlon Wayans (As Branquelas) dividindo foco com Priah Ferguson (Stranger Things), a duplinha funciona muito bem numa dinâmica boa de pai e filha que ajuda a carregar a narrativa. Enquanto Marlon nos ganha com seus trejeitos e caras e bocas num personagem que começa antipático e fica melhor a medida que o filme vai passando, Priah se mostra segura para ser o contra ponto ideal que tenta mostrar ao pai que existe mais da vida do que apenas ser cético e um cara da ciência.

O que você precisa saber sobre este filme é que a obra não almeja ser mais do que uma simples conto sobrenatural, bastante divertida com piadas que nem sempre funcionam, mas dão um tom mais leve a uma história canastrona que tem boas cenas de ação e aventura que brinca com a temática muito bem sem grandes exageros, destaque aqui para a sequência no asilo com as aranhas e também na sequência do jardim com os zumbis.
No geral “A Maldição de Bridge Hollow” é um bom filme, por saber não se levar a sério quando é preciso e ainda assim entregar uma trama honesta que consegue no geral entreter sabendo usar bem a temática do Halloween de forma divertida e bem humorada. As lições são previsíveis, mas claramente o longa tenta mostrar que é uma obra para toda família, com a presença de Marlon Wayans tudo fica ainda mais bem humorado funcionando no final das contas como um passatempo descompromissado.
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