“Criando Dion” – 2° Temporada – Crítica

Depois de quase dois anos e meio de hiatos, a série do super-herói mirim negro mais carismático do momento volta para segunda temporada recheada de mistérios, aventura, poucas surpresas, mas muito coração.

Fonte: Netflix

Passou-se muito tempo desde de que Dion descobriu suas habilidades especiais e com a ajuda do espirito do pai derrotou seu maior inimigo até então, o “Homem Torto”, a verdade é que se passou tempo demais desde a primeira temporada de “Criando Dion” que estreou em meados de 2019, tanto que muitas pessoas pensaram que esta série da Netflix tinha sido cancelada tamanha demora.

A verdade é que o seriado protagonizado pelo pequeno Já’siah Young conquistou uma boa fã base mundo a fora que almejavam muito por esse retorno da série que teve que ser adiada por conta da pandemia. Eis que no último dia 1° de fevereiro estreou a segunda temporada da série trazendo o retorno dos nossos personagens favoritos e adicionando outros novos que ajudaram a fazer deste novo ano o melhor até então.

A narrativa começa exatamente onde parou, com o Homem Torto sendo derrotado por Dion destruindo seu receptáculo, Pat (Jason Ritter) e encontrando um novo corpo para habitar no pequeno e estranho menino Brayden Mills (Griffin Robert Faulkner), uma criança com habilidades especiais de ler mente que agora começaria sua jornada de vingança para encontrar e destruir o herói influenciado pela entidade sobrenatural. Em “Issue #201: A Hero Returns” (2×01), temos um salto temporal de dois anos após os eventos da primeira temporada e uma mudança na atmosfera da série.

Fonte: Netflix

Ainda que a série tenha aspectos mais sombrios nesta nova temporada, a showrunner Carol Barbee, nunca se esquece que ainda estamos lidando com um seriado onde o protagonista é uma criança. Então talvez o texto fique meio infantilizado em alguns momentos, mas isto é justificado e proposital, porque ainda estamos falando de uma aventura infantil. Mesmo tendo esse lado mais leve, a história começa tomar um ar mais sério e dramático à medida que a temporada vai progredindo.

 Os episódios “Issue #202: Sankofa” (2×02) e “Issue #203: Monster Problem” (2×03) evidenciam um mundo diferente para Dion e sua mãe Nicole, BIONA antes uma empresa inimiga, agora se tornou uma forte aliada liderada pela antagonista agora benfeitora de supers, Suzanne Wu (Ali Ahn), que transformou a empresa num lugar seguro para segunda geração de seres especiais que necessitam controlar e treinar suas habilidades.

Personagens como o treinador de Dion, Tevin (Rome Flynn) e a jovem especial Janelle Carr (Aubriana Davis) são gratas adições ao elenco e se mostram potenciais aliados para Dion e companhia. O roteiro é esperto em colocar o vilão da temporada perto de Dion na escola, servindo como ameaça constante e trazendo uma tensão que acaba por se tornar imprevisível como percebemos no episódio “Issue #204: With Friends Like These” (2×04), onde Brayden se mostra um antagonista perverso.

Fonte: Netflix

O legal de “Criando Dion” é a forma como o texto insere várias referências de filmes e seriados da cultura pop relacionados a grandes heróis e vilões do cinema criando um ar familiar para seu público. É bacana ver que a showrunner Carol Barbee e seus roteiristas são antenados ao trazer menções de Star Wars, Marvel, DC que servem de inspiração para o pequeno Dion na sua jornada para ser tornar um super-herói. Gosto também como esta segunda temporada consegue intercalar cenas de pura ação, com momentos dramáticos bastante convincentes.

Com a ameaça crescente de uma misteriosa força que surge num buraco escavado na escola de Dion, o suspense inserido na narrativa ajuda a dar ritmo aos episódios que acabam sendo bons de assistir pelos ótimos ganchos e por permanecerem com uma duração entre 38-43 minutos sendo impossível parar de assistir dependendo do seu tempo. Talvez o seriado acabe se segurando um pouco demais no começo da sua segunda metade, ao focar no drama de Nicole ao ser infectada por um vírus misterioso no eletrizante “Issue #205: You vs. Me” (2×05).

Aliás, toda a trama armada pelo Homem Torto mostra que o vilão é uma ameaça bastante interessante, principalmente por usar o corpo de Brayden como hospedeiro. O ator mirim Griffin Robert Faulkner é naturalmente assustador, e apesar de não ser um primor na atuação, seu olhar vago e sua expressão assustadora faz com que o personagem nos faça lembrar da criança maligna do filme de terror “A Profecia”.

Fonte: Netflix

Talvez o que mais vale a pena em “Criando Dion” seja realmente a relação entre Dion e Nicole, pessoalmente acho que Já’Siah Young e Alisha Wainwright funcionam muito bem juntos, chega a ser bastante convincente essa relação de filho e mãe entre eles, e neste novo ano a carga dramática para ambos é ainda maior como fica claro no emocionante episódio “Issue #206: 36 Good Hours” (2×06), onde a confiança ficou cada vez mais forte com Nicole deixando Dion atuar mais com seus poderes, ainda que mantenha uma supervisão junto com sua irmã Kat (Jazmyn Simon).

Em termos de produção, a trilha sonora desta temporada que vem com acordes de hip hop e rap são maravilhosas, principalmente nos créditos finais dos episódios. Os efeitos visuais estão razoavelmente bons e são usados de forma criativa de forma potencializar a ação como pode ser visto no episódio “Issue #207: World Without Mom” (2×07). O elenco além dos já citados Ja’Siah e Alisha, temos mais uma vez a pequena Sami Haney como ótimo destaque, inclusive protagonizando um momento musical bacana no último episódio da temporada “Issue #208: Who You Are” (2×08).

No geral a segunda temporada de “Criando Dion” é puro entretenimento e vale cada segundo investido, uma aventura de super-herói descompromissada que tem esse seu protagonista mirim, uma criança que quer aproveitar suas habilidades, salvar o dia e brincar com os amigos. Com um tom mais sombrio que a primeira temporada, a série consegue usar melhor a mitologia com seres especiais de uma forma eficiente, investindo em mais ação e drama, além de aproveitar seus vilões de gerando uma aliança de super-heróis para combatê-los numa união inusitada que diverte bastante e ainda deixa aquele gostinho de quero mais. Se for para não ter mais hiatos longos e um resultado positivo como este, queremos muitos mais histórias com Dion cheias de aventura, representatividade e heroísmo.

Obs: O final da temporada tem cena pós crédito.

Gostou? Veja o trailer abaixo. E se assistiu a segunda temporada, comente também abaixo e diga o que achou.

Fonte: Netflix

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