^{A cultura pop negra traz uma análise sobre esta série maravilhosa.}

Faz tempo que estou querendo escrever sobre a série “Raven’s Home” (ou “A Casa da Raven” aqui no Brasil) e aproveitando que terminei de assistir a terceira temporada e estou iniciando a quarta temporada desta sequência da antiga série “As Visões de Raven”, resolvi falar um pouco sobre ela e te convencer a dar uma chance para um dos seriados Disney mais divertidos e engraçados da atualidade, vamos que vamos.

Não sei vocês, mas comecei a viver minha adolescência no começo dos anos 2000 e já em 2003 eu era viciado em seriados protagonizados por negros que eram ao mesmo tempo engraçados e divertidos de assistir, eram seriados onde eu me via e eram seriados próprios para todas idades e classes sociais. Entre “Um Maluco no Pedaço”, “Eu, a patroa e as crianças” e é claro “As Visões de Raven”, sempre tive o que assistir na TV aberta, as aventuras de Raven Baxter, uma estudante atrapalhada que tinha visões do futuro, mas acabava sempre interpretando tudo errado era uma das minhas paixões, este seriado da Disney durou quatro temporadas entre 2003 e 2007 deixando um legado para várias crianças e adolescentes no mundo inteiro, afinal era ótimo acompanhar as aventuras de Raven, Chelsea, Eddie e do pequeno Cory.

Após 10 anos do fim do seriado “As Visões de Raven”, a atriz Raven-Simoné se encontra mais uma vez com sua amiga Anneliese Van Der Pol para fazerem um retorno triunfal na série em “A Casa da Raven”, que estreou em meados de 2017 e agora trazia Raven Baxter e Chelsea Grayson como mães divorciadas vivendo juntas num mesmo apartamento em Chicago, a primeira mãe dos gêmeos Booker Baxter (Isaac Ryan Brown) e Nia Baxter (Navia Zirailli Robinson),  a segunda mãe do pequeno Levi Grayson (Jason Maybaum), esta turma ainda ganhou a companhia da carismática Tess O’Malley (Sky Katz), a vizinha da porta ao lado.

Até agora foram três temporadas e sessenta episódios exibidos, com a série preste a estrear sua quarta temporada. O seriado “A Casa da Raven” diferentemente do spin off focado no irmão da Raven, o menos popular “Cory na Casa Branca” (2007-2008), ficou bastante popular em pouco tempo, não só porque trazia Raven e Chelsea de volta, mas também mostrava que seus filhos conseguiam ser novas e boas adições ao universo da Raven, sendo que Booker Baxter herdou o dom da mãe como vidente e assim estava formada uma premissa que prometia grandes confusões.

O maior trunfo para o sucesso do seriado é o fato de ser uma sequência e conseguir trazer novas confusões de Raven e Chelsea agora tentando ser bem-sucedidas em suas respectivas profissões, ao mesmo tempo que foca nas confusões vividas por Booker, Nia, Levi e Tess na escola. O humor continua sendo o maior trunfo do seriado criado por Jed Elinoff e Scott Thomas baseado nos personagens criado por Michael Poryes e Susan Sherman, e é nele que a trama rende bastante e torna tudo muito divertido de assistir e acompanhar a peripécia desses personagens.

A narrativa nas primeiras temporadas foca muito em Raven e Chelsea tentando se reerguer depois de seus respectivos divórcios, além de explorar as confusões de seus filhos em casa e na escola. A história tem tempo ainda de explorar problemas na maternidade, problemas de paternidade, puberdade na adolescência, além de boas lições sobre importantes para crianças na mesma faixa da idade dos protagonistas mirins.

O seriado tem vários talentos no elenco, Raven-Simoné continua roubando a cena, assim como Anneliese, mas os atores mirins como Isaac no papel de Booker e Jason no papel de Levi, são ótimos na comédia, assim como Sky no papel de Tess, a atriz Navia começa um pouco acanhada, mas depois ganha mais espaço na trama e sua Nia mostra a que veio. A verdade é que o elenco é muito bom e muito bem escolhido, a interação entre eles é muito boa, formando realmente uma grande família.

Talvez seja isso, a série cria muito esse vínculo com quem assiste, não só pelas confusões que os personagens se envolvem (os episódios temáticos são bem engraçados), mas a capacidade do elenco de trazer boas relações familiares e vínculos genuínos  que faz com que você expectador não pare de assistir em nenhum momento.

A série neste exato momento está no meio de seu quarto ano, as crianças estão crescendo e virando adolescentes, mas parece que a história só fica melhor, muito se especula até quando o seriado irá durar, porque seriados da Disney normalmente não vão além de três ou quatro temporadas, a não ser façam muito sucesso, “A Casa da Raven” cumpriu bem esse papel, é um verdadeiro fenômeno nos EUA, falta virar um fenômeno no Brasil, mas isso virá com tempo quando exibirem na TV aberta ou talvez agora que está disponível no Disney Plus ajude a alcançar um público maior.

De uma forma geral, vale muito a pena dar uma chance para “A Casa da Raven”, um seriado divertido, engraçado, que abraça diversidade e que sabe carregar o legado deixado pelas “As Visões de Raven” de uma forma esperta que traz a nostalgia daquilo que foi sucesso resgatando os fãs que cresceram com o seriado antigo, mas fazendo uma transição muito boa para geração atual trazendo novos fãs que não conheciam Raven, mas que agora estão embarcando nessa jornada de entretenimento, visões mirabolantes e muita palhaçada que só essa turma é capaz de fazer.

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