“G20” – Crítica

Presidente ao resgate! Viola Davis se torna uma heroína neste thriller absurdo, sem lógica, mas ainda assim divertido dependendo do seu humor.

Fonte: Amazon Prime Video

O que fazer quando você já conquistou tudo? Esta é a pergunta que me fiz ao ver a carreira da atriz norte-americana Viola Davis (A Mulher Rei), que atualmente possui o maior título da indústria em termos de sucesso, o EGOT. Este patamar é exclusivo de poucos atores e atrizes de Hollywood que ganharam um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony (uma espécie de Oscar do teatro).

Viola possui esta honraria e o respeito da indústria, críticos e fãs ao redor do mundo, o que uma pessoa pode querer mais? Que tal um filme de ação bem pastelão onde você pode ganhar uma grana fácil e ainda se divertir horrores?

Neste caso, Viola Davis optou pela nova produção de ação do MGM Studios e Prime Video, “G20” (G20, 2025), que conta a história da presidente Danielle Sutton (Davis) que vai na famosa conferência dos 20 países mais ricos do mundo fechar um acordo, mas acaba sendo sitiada por Rutledge (Antony Starr), um ex-agente que quer mudar a forma de governar do mundo, obrigando os líderes governamentais atenderem suas demandas megalomaníacas.

Fonte: Amazon Prime Video

O grande ponto que deve ser falado aqui é que este longa não deve ser levado tão a sério pelo expectador. A premissa em si de líderes mundiais sendo feito reféns numa conferência famosa como G20, que é altamente vigiada até os dentes, seria quase impossível de acontecer. Então para efeitos de entretenimento, é preciso deixar um pouco a plausibilidade de lado.

A personagem de Davis carrega todos os elementos de uma boa heroína de ação, ex-militar condecorada por suas ações contra terrorismo, que alçou voos mais altos conseguindo a presidência dos EUA. Ao mesmo tempo temos aqui uma trama que explora também a relação familiar da personagem com seus filhos adolescentes, principalmente com a filha mais velha Serena (Marsai Martin), que está na chamada fase de rebeldia.

Existe um conjunto de clichês no longa dirigido por Patricia Riggen (Os 33), que funciona como algo que chega a ser até previsível demais, com conflitos familiares no começo, presidente tentando fazer a opinião pública valorizar seu governo, a luta por acordos de paz e um grupo que age de forma completamente oposta representada pelos antagonistas do filme.

Fonte: Amazon Prime Video

A história mesmo toma forma quando a comitiva presidencial chega na Cidade do Cabo na África do Sul, sede da conferência do G20 com diversos representantes do mundo. Não existe uma dedicação da produção em trazer uma ambientação coerente, ou até mesmo autenticidade para história com várias línguas presentes no mesmo lugar, além de aproveitar pouco o visual externo da bela cidade sul africana.

Este quesito técnico atrapalha muito o filme a ser algo interessante dentro do gênero, se tornando algo extremamente genérico resultando ao expectador focar no que interessa, as cenas de ação. Quando o vilão Rutledge e seu grupo paramilitar toma conta da conferência colocando todos os membros reféns, a história engata numa boa sequência de tensão.

Neste ponto, “G20” consegue escapar de seus pontos baixos focando na movimentação e também na figura de Danielle e seu guarda costas Manny Ruiz (Ramón Rodríguez) tentando fugir do local da conferência com alguns convidados, enquanto seu marido Derek (Anthony Anderson) e seus filhos tentam fazer o mesmo em outro local do evento.

A verdade é que no final das contas, o longa vale a pena pela dedicação dramática e física de Viola Davis, sua personagem é interessante, proativa e parte para ação com o principal objetivo de salvar o dia. O filme não cai no clichê masculino do “exército de homem só”, com uma reinvenção do “exército de uma mulher só”, desta forma as lutas corpo-a-corpo são bem distribuídas entre alguns personagens, porém as melhores cenas ficam com Davis, mostrando uma disposição física invejável aos 59 anos de idade.

Fonte: Amazon Prime Video

Outro destaque que vale a menção, é o ator Anthony Starr (The Boys), um personagem caricato, é verdade, mas serve como um vilão odiável o suficiente para torcemos para que a heroína seja bem sucedida em pará-lo. Anthony Anderson e Marsai Martin, repetem aqui a dobradinha da série de comédia “Black-ish” atuando como pai e filha. A atriz Elizabeth Marvel (Acima de Qualquer Suspeita) e os atores Clark Gregg (Os Vingadores) e Ramon Rodríguez (Transformers 2), completam os rostos coadjuvantes conhecidos.

Por tudo que foi comentado, “G20” está longe de ser um grande filme, a produção é genérica e a história é bastante previsível. No final das contas, o longa tem algumas boas sequências de ação e Davis se esforçando para entregar seu melhor, que na maior parte do tempo dá um bom ritmo a narrativa. Como passatempo de final de semana pode funcionar para os menos exigentes, o final é redondinho, porém é pouco se procura algo mais neste filme de ação ok, porém honesto.

Gostou? Veja o trailer abaixo e comente sobre o que achou do filme se já conferiu.

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