“Bad Boys: Até o Fim” – Crítica

Diversão e boas risadas. A dupla Will Smith e Martin Lawrence retornam para mais uma aventura num filme que dá sinais de desgaste, mas é recheado de boas sequências de ação e ganha pontos por explorar o fator idade dos personagens.

Fonte: Sony Pictures

Não existe fórmula mais atraente para Hollywood do que uma franquia, principalmente quando o primeiro filme é um sucesso e a sequência dá um lucro ainda maior, gerando outras continuações igualmente milionárias. O problema é quando essas sagas são exploradas a exaustão, faltando criatividade, apenas reciclando histórias com protagonistas ganhando muito para não entregar nada em filmes mais do mesmo.

Felizmente, este não é o caso da franquia “Bad Boys”, que chega a seu capítulo 4 ainda com gás para queimar no movimentado “Bad Boys: Até o Fim” (Bad Boys: Ride or Die, 2024), a superprodução da Sony Pictures é sequência do sucesso de 2020 que agora traz Mike Lowrey (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence) no meio de uma conspiração envolvendo o falecido Capitão Howard (Joe Pantoliano) que está no centro de uma investigação envolvendo corrupção na polícia de Miami com cartéis.

Não existe nada de muito novo no longa, mas o roteiro assinado pelo trio Chris Bremner (O Homem de Toronto), Will Beall (Liga da Justiça de Zack Snyder) e George Gallo (Os Bad Boys), traz um senso de frescor ao conseguir achar uma trama envolvente que dá seguimento aos eventos do ótimo terceiro filme, que resultou na prisão do filho de Mike, Armando (Jacob Scipio), que retorna aqui como peça chave para identificar o vilão McGrath (Eric Dane), responsável por sujar o nome do Capitão Howard.

Fonte: Sony Pictures

É assim que “Bad Boys: Até o Fim” consegue capturar nossa atenção por quase duas horas de um filme de ação que sabe exatamente explorar o universo em torno dos nossos protagonistas e entregar aquilo que o expectador espera. Sem falar que existe um cuidado que respeita a trajetória dos personagens trazendo uma evolução bem vinda exatamente explorando a longevidade dos mesmos.

O fato é que Mike e Marcus continua sendo uma dupla amável, boca suja e com uma química tremenda, porém são também personagens que envelheceram, afinal são quase trinta anos desde o primeiro longa. E o melhor do filme dirigido pela dupla Adil El Arbi (Ms Marvel) e Bilall Fallah (Ms Marvel) é mostrar as realizações e medos da dupla, principalmente relaciona a família, com Mike finalmente dando um passo a mais em sua vida, ao mesmo tempo que enfrenta uma inesperada crise de pânico consequência dos eventos do filme anterior. Enquanto Marcus se vê enfrentando os males do fim da vida, enquanto tem uma epifania passando a viver mais feliz sem reclamações.

Por tanto, a trama tem uma base forte, ainda que clichê, a narrativa é recheada de boas reviravoltas mesmo que algumas sejam até previsíveis. Existe sim um claro desgaste em alguns momentos, principalmente quando notamos o quão calejados os protagonistas estão. Porém isto não atrapalha em nada um filme que foca nas qualidades que tornaram a franquia tão popular, um bom thriller de ação com boas risadas.

Fonte: Sony Pictures

Afinal, se você está vendo o quarto filme, com certeza tem algo que lhe agrada. A começar por Will Smith (King Richard – Criando Campeãs), polêmicas à parte (ainda que a questão do tapa seja abordada de uma forma bem inusitada em uma determinada cena), o ator continua com presença de tela, carisma de milhões e surpreende com uma história mais redondinha para seu Mike. Enquanto Martin Lawrence (Vovó Zona) continua sendo não só o cara das tiradas cômicas e gagues, mas a voz da razão da dupla com o ator parecendo se divertir ainda mais no papel de Marcus.

O longa traz ainda o retorno de Paola Núñez (Resident Evil: A Série), Vanessa Hudgens (Spring Breakers: Garotas Perigosas), Alexander Luwig (Jogos Vorazes: Em Chamas), respectivamente nos papéis de Rita, Kelly e Dorn que agora estão melhor integrados a história, além de introduzir novos rostos como: Eric Dane (Grey’s Anatomy), Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico), Melanie Liburd (This Is Us), Rhea Seehorn (Better Call Saul) e Tasha Smith (Empire: Fama e Poder) substituindo Theresa Randle como esposa do Marcus.

Com elenco tão encorpado, o filme ainda tem tempo de fazer boas conexões com Bad Boys 2 costurando a trama de uma forma bastante coerente, além é claro de trazer três cameos legais durante filme que só quem está ligado em cinema, tik tok e memes de internet vão identificar, incluindo uma participação maravilhosa de um certo diretor conhecido da franquia, então fiquem ligados.

Fonte: Sony Pictures

De uma forma geral, sem revelar muito, “Bad Boys: Até o Fim” é um longa de ação muito bom, que demorou quatro anos para sair, mas ao menos mostra que a espera valeu a pena ao entregar aquilo que o público alvo almeja. Para aqueles que gostam de Will Smith e Martin Lawrence, serão agraciados como sempre com uma das duplas dinâmicas mais marcantes do cinema. Se gosta de ação, o filme tem bastante, e todas muito boas, principalmente a sequência na casa do Marcus com o genro dele Reggie (Dennis Greene) e o insano terceiro ato, muito bom por conta da direção apurada e criativa da dupla Adill e Bilall, que aqui se consolidam com ótimos diretores do gênero.

O filme claramente é honesto o suficiente para valer o ingresso, talvez não inove além do permitido, mas é bom o suficiente para manter o público grudado na tela, entregando ação, uma boa trilha sonora e boas confusões que resultam em um entretenimento bem produzido que talvez ainda possa render mais um pouco para melhor dupla de policiais negros do cinema, afinal os caras maus podem ter envelhecido, mas a vitalidade continua a pleno vapor. A audiência agradece.

Gostou? Veja o trailer abaixo e comente sobre o que achou do longa nos comentários.

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