Esta nova comédia de ação da Netflix traz Kevin Hart e Woody Harrelson como uma dupla inusitada numa história batida, porém divertida e sem grandes pretensões.

Não é de hoje que comédias de ação são um pedaço de entretenimento ideal para um fim de semana descompromissado, temos “Dupla Explosiva” com a dupla Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson como um bom exemplo desse gênero que nos atrai não pode ser um primor, mas por proporcionar exatamente o escapismo e a loucura que esperamos ao assistir um blockbuster de ação com muito bom humor.
Estou falando isso para falar da nova comédia de ação da Netflix em parceria com a Sony Pictures que estreou na última sexta feira no serviço de streaming, sim, estou falando de “O Homem de Toronto” (The Man From Toronto, 2022), que conta a história do assassino mais mortal do mundo que acaba sendo confundido com um desastrado falastrão quando o mesmo vai parar em um endereço por engano se metendo no meio de uma roubada.
O desastrado em questão é Teddy (Kevin Hart), um cara que vive de bolar ideias para lançar serviços de ginásticas que não usam violência, mas que acaba por entrar numa cilada, quando tenta preparar uma surpresa para esposa Lori (Jasmine Mathews). O assassino em questão chamado de Homem de Toronto (Woody Harrelson) precisa coincidentemente identificar e finalizar uma missão, mas descobre que Teddy assumiu seu lugar por engano criando toda uma trama que envolve espionagem, assassinos de aluguel, FBI e outras conspirações neste meio tempo.

O que você precisa saber sobre “O Homem de Toronto” é que o filme dirigido por Patrick Hughes (Dupla Explosiva) não traz uma narrativa incrível, tudo é muito previsível e tudo é muito conveniente, porém o que deve atrair o grande público é a ação desenfreada e os momentos de comédia na sua maioria entregues por Kevin Hart (Paternidade). O roteiro escrito pela dupla Robbie Fox (Um Bom Partido) e Chris Bremner (Bad Boys Para Sempre) é bastante piegas, mas ao menos consegue criar situações divertidas que faz a duplinha Teddy e Toronto funcionar em cena.
A química da dupla principal só engata porque ambos são completamente opostos, enquanto um é um total desastre e só se mete em confusões, o segundo é conhecido pela excelência e ter se tornado uma lenda no mundo dos assassinos. Juntando então o útil ao agradável, o filme inventa situações inusitadas que acabam por entregar boas sequências de ação, algo que Patrick Hughes domina, já que as vezes lhe falta regularidade na direção, ao menos nas diversas cenas de luta, o diretor mostra a que veio conseguindo prender a atenção do expectador em sequências insanas, destaque para a cena da academia com um falso plano sequência bacana no terceiro ato.
Outro ponto que torna “O Homem de Toronto” um filme bom de assistir é Kevin Hart, o ator comediante é um falastrão profissional, se você gosta do humor dele em filmes como “Jumanji – Bem Vindo a Selva”, “Policial em Apuros” e “Um Espião e Meio”, aqui é um prato cheio, sua estatura, seus trejeitos, sua linguagem rápida são um prato cheio para situações embaraçosas e humor galhofa que só o ator consegue entregar, deixando o filme mais engraçado de assistir.

Por outro lado, o resto do elenco não faz feio, o personagem mais sério de Toronto cai como uma luva para Woody Harrelson (Venom: Tempo de Carnificina), que apesar de um pouco travado, entrega cenas de luta quando a história pede. Ainda temos no elenco coadjuvante Kaley Cuoco (The Flight Atendant), Jasmine Mathews (A Guerra do Amanhã) e Ellen Barkin (Estranha Obsessão) em papéis de destaque, Barkin inclusive serve como a voz nas sombras e chefe de Toronto, uma poderosa vilã do submundo dos assassinos.
No geral a narrativa não desenvolve muito esse universo de contratos de aluguel para assassinos, o roteiro está mais interessado em investir em arcos inusitados que resultem em vários mal entendidos que por consequência gere sequências de ação ou sequências cômicas (as cenas de interrogatório são boas demais), o que não é algo ruim, mas mostra claramente que a intenção não é explorar aquele universo, mas a dupla protagonista com ênfase no personagem de Hart.
Em termos de produção, o filme não tem muitos destaques positivos, a não ser a sequências de lutas muito bem coreografas e dirigidas, porém os efeitos visuais deixam muito a desejar e a edição não é das melhores. Ainda que tenha essas ressalvas, o filme é assistível, mas exige não pensar muito nas situações e nos detalhes, o que pode deixar o cinéfilo mais exigente irritado com as conveniências.

No geral “O Homem de Toronto” é um bom passatempo, um filme que não exige muito, mas entrega aquilo que se espera dele, ação, aventura, humor e porradaria. Ainda que a dupla principal não tenha uma química perfeita, funciona na maior parte do tempo, principalmente porque Kevin Hart segura praticamente todas as situações do filme sozinho, Woody Harrelson serve apenas como um bom apoio. No final das contas, este longa é apenas mais uma comédia de ação do gênero, não inova, mas ao menos entretém do começo ao fim, o que em certos casos, é o suficiente.
Gostou? Veja o trailer e comente abaixo se você já assistiu ao filme.


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