Melhor elaborado que o primeiro filme, esta sequência protagonizada por Taylor Russell traz armadilhas mais inteligentes, reviravoltas interessantes e uma tensão constante.
/cdn.vox-cdn.com/uploads/chorus_image/image/69587163/ER2_PK_18__ER2_R2_rec709_fullapp_rec709_full.117510.jpg_.0.jpg)
Gosto de filmes de suspenses que trazem armadilhas elaboradas e perigosas onde os protagonistas precisam passar por provas difíceis para escapar com vida. Isso não é novidade, tendo “Jogos Mortais” como um dos mais conhecidos e celebrados, inclusive gerou um reboot recente com “Espiral – O Legado de Jogos Mortais” protagonizado por Chris Rock. Em tempos de “Round 6”, uma série fenômeno da Netflix que traz pessoas competindo por um prêmio milionário passando por provas que são brincadeiras de infância com consequências mortais, o tema está mais aquecido do que nunca.
Digo tudo isso, pois o longa “Escape Room” se encaixa muito nesse gênero de suspense com jogos e competições perigosas. O longa original estreou em 2019 e se tornou um sucesso inesperado para a Sony Pictures que tratou de encomendar a sequência que estreou no último mês de setembro levando o nome de “Escape Room 2: Tensão Máxima” (Escape Room: Tournament of Champions, 2021), o título nacional não faz muito sentido, mas o subtítulo em inglês que pode ser traduzido como “Torneio dos Campeões” faz todo sentido para definir para onde a história iria seguir após o final da primeira trama.
A premissa continua a mesma, inclusive o filme faz questão de colocar um resumo dos acontecimentos bem no começo da narrativa para situar o expectador, a história é uma sequência direta do final da anterior, temos os dois únicos sobreviventes da competição Zoey Davis (Taylor Russell) e Ben Miller (Logan Miller), traçando um plano para derrubar a corporação Minos e expor que a mesma está promovendo competições em suas perigosas salas conhecidas como “escape room”. O problema é que a dupla mal sabe, mas está sendo monitorada e guiada para entrar numa nova versão do jogo ainda mais perigosa e imprevisível.
:no_upscale()/cdn.vox-cdn.com/uploads/chorus_asset/file/22719965/ER2_PK_17__ER2_R3_rec709_fullapp_rec709_full.149111.jpg___3_.jpg)
A partir disso, podemos dizer que “Escape Room 2: Tensão Máxima” não inova, mas trabalha com as peças que tem, além de expandir um pouco mais sua mitologia trazendo em forma de flashbacks a origem do jogo e como as salas mortais foram construídas através da história da família de Henry (James Frain), um arquiteto obcecado pelo trabalho e que acaba negligenciando a própria família, a esposa Sonya (Tanya Van Graan) e a filha Claire (versão adulta interpretada por Isabelle Fuhrman).
A narrativa desta vez não se passa apenas dentro do jogo, se dividindo em duas tramas mostrando também os idealizadores e os colaboradores mantendo a competição funcionando de fora. Desta forma novos competidores são selecionados, assim como Zoey e Ben são tragados de volta a competição, os participantes Rachel Ellis (Holland Roden), Brianna Collier (Indya Moore), Theo (Carlito Olivero) e Nathan (Thomas Cocquerel), precisam não só escapar desse novo elaborado quebra cabeça, mas também entender porque foram selecionados de novo depois de vencerem a competição uma vez.
O que você precisa entender é que o suspense e o terror que o longa anterior tinha é amplificado nesta sequência, com o diretor Adam Robitel (Sobrenatural: A Última Chave) e os roteiristas Will Honley (Colmeia) e Maria Melnik (Black Sails) retornando para esta sequência, ganhando a companhia do roteirista Daniel Tuch (Burn Notice), a trama ficou melhor desenvolvida ganhando mais camadas e mais mistérios, além é claro de ter provas mais sinistras, bem pensadas e complexas que conseguem trazer uma tensão e uma sensação de risco que até mesmo o original em alguns momentos não conseguiu entregar.

O primeiro ato é bastante rápido, mas o filme só ganha fôlego mesmo quando os participantes entram no jogo de novo, a cada nova sala, uma nova peça e uma nova charada a ser respondida deixando os participantes a flor da pele tendo um tempo limitado para passar de uma prova a outra, com alguns deles morrendo no processo. Um ponto positivo aqui é que a trama tem um ritmo muito bom, por muitas vezes até alucinante e que nos mantém curiosos na maior parte do tempo.
Talvez a única coisa que a trama peque seja na reviravolta, que apesar de funcionar dentro do contexto, vai pôr um caminho bastante seguro no intuito de gerar mais uma sequência, o que prá mim não é ruim, mas soa como caça níquel. Em termos de produção, se vê um esforço e um crescimento no orçamento em relação ao anterior, da sequência no metrô, passando pela elaborada sequência no banco e indo direto para as sequências nas complexas salas que simulam uma praia e uma cidade, mostram que o escopo deste segundo filme é bastante ambicioso e eficaz.
No geral “Escape Room 2: Tensão Máxima” (eita subtítulo ruim), é aquele entretenimento honesto, que senão traz muitas coisas novas, ao menos é competente em conseguir entregar o suspense, terror e ação da boa em uma narrativa que só fica melhor a cada nova reviravolta. Zoey continua sendo uma protagonista boa de acompanhar, tudo isso graças a Taylor Russell (As Ondas) que segura bem uma personagem que se mostra inteligente, meiga e inocente, mas que acabamos torcendo para escapar com vida das armadilhas que aqui só ficam piores e mais cruéis. Com uma sequência que supera o original, “Escape Room 2” abre possibilidades e vai deixar seu público querendo mais. Que venha a parte 3.
Gostou? Assista ao trailer. Se já conferiu o filme, diga o que achou nos comentários abaixo.

Um comentário sobre ““Escape Room 2: Tensão Máxima” – Crítica”