“Gen V” – 2° Temporada – Crítica

A segunda vez é ainda melhor! Após um luto inesperado nos bastidores, a série derivada de “The Boys”, volta bizarra, cheia de ótimas reviravoltas e com uma temporada bastante divertida.

Spoilers Moderados Abaixo

Foto/Reprodução – Prime Video

Como lidar com o luto? A morte do ator Chance Perdomo no dia 29 de março de 2024, pegou não só o elenco de surpresa, mas chocou o mundo com seu falecimento precoce aos 27 anos devido a um acidente de moto. Esta perda colocou os fãs do seriado “Gen V” (2023-Presente) em alerta para saber como o seriado continuaria sem um de seus mais importantes regulares.

A segunda temporada demorou, mas estreou finalmente no dia 17 de setembro com a intenção de manter a consistência da temporada anterior que foi uma grata surpresa com uma história envolvente, personagens interessantes e loucuras típicas do universo de “The Boys”. O final da temporada anterior com uma participação interessante de Homelander, aumentou o perigo para Marie e seus aliados.

Quando a premiere da série da Prime Video, “New Year, New U” (2×01) começa, vemos Marie (Jaz Sinclair) sumida após seu último embate, Emma Meyer (Lizze Broadway) e Jordan Li (Derek Luh/London Thor), presos numa instalação da Vought. Enquanto isto Cate Dunlap (Maddie Phillips) e Sam Riordan (Asa Germann) continuavam suas vidas após trair seus amigos em mais um novo ano na escola Godolkin, que agora tem um novo diretor, Cipher (Hamish Linklater).

Foto/Reprodução – Prime Video

A série até lida bem reorganizando o roteiro após o falecimento de Chance, com seu personagem Andre finalizando sua participação na série fazendo um sacrifício ao se submeter a um experimento liderado por Cipher. Desta forma o roteiro abre espaço para que seu pai ganhe mais destaque durante a temporada no papel do super Polaridade (Sean Patrick Thomas), carregando o legado filho e ajudando seus amigos no processo.

É com este cuidado que “Gen V” consegue costurar uma trama envolvente que mostra o grupo protagonista separado, mas aos poucos lidando com seus próprios dramas e retornando a parceria para derrubar um inimigo em comum. Os episódios “Justice Never Forgets” (2×02) e “H Is for Human” (2×03) traçam bem essa trajetória e faz com a série coloque a protagonista no centro da história.

Talvez o principal trunfo desta temporada, seja Marie, seu poder de controlar sangue ganha contornos empolgantes numa narrativa que costuma enfatizar a todo momento que Homelander é ser mais forte deste universo. O fato de colocarem uma mulher preta para ter um nível de habilidade gigantesco comparado ao mais racista e nazistas dos super-heróis não é só uma ironia muito grande, mas uma bela tacada de mestre.

Foto/Reprodução – Prime Video

A série criada por Evan Goldberg, Eric Kripke e Craig Rosenberg mantém a qualidade da temporada anterior e traça sua própria jornada, utilizando elementos e personagens de “The Boys” em momentos chaves para ajudar a desenvolver a história, não desviar o foco da trama dos regulares. Um ótimo exemplo de como ser parte de um grande universo e ainda se aproveitar dos atributos bizarros com gore e cenas malucas, sem que isso soe forçado dentro da narrativa.

E “Gen V” ganha bastante quando explora a reviravolta em cima do poder de Marie que pode pesar bastante até mesmo na série mãe em sua última temporada. O roteiro é cuidadoso em dosar este segredo da protagonista, que ainda tem um sub arco com a irmã mais nova que finalmente eclode nesta temporada, como forma de outros personagens como Sam, Emma e Jordan girarem sob a sua órbita, porém sem perderem desenvolvimento como podemos ver nos episódios “Bags” (2×04) e “The Kids Are Not All Right” (2×05).

Outro trunfo do seriado é forma como consegue explorar o passado do fundador da escola quando descobrimos mais sobre Godolkin e sua ligação com vilão Cipher, que aliás, ótimo, servindo como um antagonista ameaçador e inteligente que vai manipulando cada passo dos personagens revelando aos poucos seu plano megalomaníaco.

Foto/Reprodução – Prime Video

A verdade é que esta obra só melhora na sua reta final numa escala que coloca Marie e seus amigos numa jornada de fugir e posteriormente lutar contra um sistema que cada vez afunila nos heróis de tal forma que cria uma jornada de rebelião que “Gen V” se beneficia muito bem principalmente quando nos ótimos episódios “Cooking Lessons” (2×06) e “Hell Week”(2×07) misturam ação, reviravoltas e chocantes revelações que é possível parar de assistir.

Talvez a série em sua ambição de agradar, tenha acabado por extinguir um pouco rápido seu fôlego, trazendo um final de temporada com “Trojan” (2×08) que deve dividir opiniões, ainda mais após a resolução sobre o vilão vir à tona e soar como precoce ou até mesmo anticlímax. No entanto, a produção do seriado é tão bem executada, que o final soa coerente com a construção que vimos na segunda temporada, preparando o terreno para a última temporada de “The Boys”.

Por tudo que foi falado, não há dúvidas que “Gen V” é uma das séries absurdamente divertidas deste final de ano, que sabe dosar bem ação, comédia, romance, bizarrices e boas reviravoltas da forma correta de forma deixar seus personagens ainda mais interessantes, mesmo tendo perdido uma peça importante após uma tragédia. Com efeitos decentes, episódios consistentes e uma temporada redondinha, esta segunda temporada é talvez a melhor da série até então, deixando um gostinho de quero mais, que os estudantes da Universidade Godolkin estão até merecendo mais um ano tamanha disciplina e a vontade sempre entregar um conteúdo nota dez.

Leia também o texto da primeira temporada aqui.

Foto/Reprodução – Prime Video

Gostou? Veja o trailer e comente abaixo sobre o que achou da temporada.

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